segunda-feira, 10 de agosto de 2009

EU SOU INIMIGO DO MUNDO INTEIRO…

"Não ameis o mundo, nem as coisas que no mundo há; pois se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele".

Eu não gosto do mundo...

Eu gosto da vida!

Não gosto do mundo porque não gosto de vaidade, inveja, mentira, cobiça, arrogância, culto a aparência, ao dinheiro, à estética, ao "sucesso", e, sobretudo, não gosto de como os homens tratam os homens segundo os modos e costumes do mundo.

Para mim o mundo é burrice feita único modo de existir; e isto segundo a gestão do diabo, que é o animador do mundo; em quem, aliás, o mundo jaz.

Gosto da vida porque ela é vida; porque ela é entrega...; é vontade do bem...; é gerar com esperança...; é comer paz e beber serenidade...

Sim, gosto da vida porque ela é natureza, é variedade de criaturas, é grandiosidade tecida por Deus em bilhões de anos...

Gosto da vida porque nela nada morre nem quando morre...

Gosto da vida porque nela não há mal; há apenas seqüência de vida se dando pela vida... Sim, pois viver é também saber que a vida se faz de entrega e sacrifício; pois, quem viverá depois de um ser vivo que, existindo..., não se deu por nada e por ninguém?...

Vivo no mundo; estou no mundo; minha missão é nele.

No mundo sou chamado a viver como sou: uma luz; sou chamado a manifestar o que há em mim: sabor de sal; sou enviado a viver entre lobos sem perder a pureza e a simplicidade dos cordeiros sem culpa...

Entretanto, o mundo não consegue me dizer nada além de sua loucura e de sua morte.

De fato eu não amo o mundo e nem as coisas que neles há...

Quando olho para trás vejo que o mundo me encantou na adolescência...

Então, aos 18 anos, encontrei Jesus mesmo; e vi o mundo; e percebi como ele todo jaz no maligno... E como eu encontrava o maligno todos os dias, de muitos modos e formas, minha convicção sobre "o que era o mundo" apenas aumentou com o tempo...

Aí vieram os anos 90 e o mundo pela primeira vez em minha vida adulta e responsável me encantou..., me enfeitiçou... e me derrubou de mim mesmo...

Sim, a verdade de minha alma me manda dizer que entre 1992 e 1998 minha alma surtou de impressões "boas" sobre o mundo [na mesma medida em que a "igreja" havia ficado "pior que mundo"...]; e, assim, julguei que eu tinha sido radical demais com o mundo.

Pobre mundo!... — pensei enganado.

Todavia, como Deus é bom, me ama, e, de alguma forma misteriosa, gosta de mim... — Ele mesmo derrubou minhas ilusões em tempo, antes que o mundo entrasse mais fundo em meu ser...

O mundo é sedução na direção de tudo o que mata e faz sofrer; mas as pessoas entram assim mesmo...; pois, as promessas de prazer, de poder, de liberdade, de largueza, de abertura, de experiências, de maturidades, de inesgotabilidade de tudo... — são otariamente cridas...

Sim, são cridas...; e isto ainda que o pavimento do caminho do mundo seja feito de maldade, engano, mentira, ciúmes, invejas, tramas, egoísmo, e uma total insatisfação, mas que ganha o nome de ambição, a qual, aliás, passou a ser virtude no mundo dos negócios e em qualquer que seja o projeto de "sucesso".

Sinceramente, não me entenda mal, mas preciso dizer que quem quer que ame o mundo... ou está completamente cego, ou, então, se fez filho do maligno sem sentir...; e, agora, serve ao diabo pensando que persegue um melhor modo de viver ou de marcar sua passagem pela vida.

Assim, amo esta manhã de sol...; amo a luz que é doce...; amo a boa comida e a boa bebida...; amo minha mulher, meus filhos, e, hoje, agora, neste instante, amo minha filha e meu netinho que estão aqui... enquanto esperam o igualmente amado Fonseca fazer uma carne para gente comer... Amo a criança que acabou de me ser trazida pelo pai, que trabalha aqui comigo, e que tem a mim e à Adriana como padrinhos... Amo o que seja vida, o que seja natureza, o que seja criação de Deus.

O mais, sinceramente, não me diz mais nada, não me seduz em nada, me cansa e me nauseia...; pois, sinceramente, há quem goste, mas, no meu sentir, o mundo é uma droga de inferno que entra nas veias, vicia e mata.

Pense nisto!...


Caio

8 de agosto de 2009


Lago Norte


Brasília / DF

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